Este espaço foi criado para relatar um pouco da minha vivência em Assunção no Paraguai, auxiliar outras famílias brasileiras que por ventura venham a se mudar para cá e sobretudo, para trocar experiência com outros expatriados.

sábado, 13 de junho de 2015

A primeira vista

Meu marido se inscreveu para a vaga em Assunção e dois meses depois já estava aprovado e assim começou nosso processo de mudança. Não tivemos tempo nem mesmo de conhecer a cidade para saber se realmente deveríamos mudar.

 Minha primeira visita à Assunção foi uma semana após meu marido ter iniciado seu novo trabalho. Vim com meus filhos para uma viagem de reconhecimento, de busca de casas e também de visitas a algumas escolas.

Para minimizar o impacto, reduzi ao máximo minhas expectativas, mentalizei que estava indo para um lugar no meio do nada e sem muito a oferecer e a medida que o avião foi baixando e sobrevoando um mar de verde, que mais se assemelha a uma selva que a uma cidade minha única pergunta era:      " Onde eu vim parar?"

Cheguei num domingo de outubro, estava calor, mas não o calor que faz no verão. A primeira impressão é que eu realmente estava em uma cidade do interior paulista, não Ribeirão, Líns ou Penápolis talvez... só que dos anos 80. Lembra daqueles semáforos antigos de postes amarelos e luzes tão fracas que não se sabe bem se está verde, amarelo ou vermelho? Então, os daqui são assim, ou melhor, eram, pois esse ano um dos avanços estrutural da cidade foi esse, a troca de vários semáforos e também a implantação de algumas câmeras de trânsito, mas essa é outra história. No entanto, logo no primeiro grande cruzamento da cidade, assim que o semáforo fechou apareceram os limpadores de para-brisas e pedintes e vendedores ambulantes tão comuns das nossas grandes cidades e capitais. É parece que a cidadezinha de interior tem seu Q de grande metrópole afinal!

Como era domingo, as ruas estavam super tranquilas. Almoçamos em um bom restaurante, que posteriormente vim a descobrir que é um dos mais sofisticados. Nos hospedamos em um ótimo hotel. Conhecemos um dos poucos e pequenos shoppings da cidade e no final do dia acabamos em um Mc Donald, há pedido das crianças.

Segunda foi o dia de iniciar a busca por casas e escolas e também de conhecer o verdadeiro ritmo da cidade. Logo me chamou a atenção a grande quantidade de pessoas à negócios que estava hospedada em nosso hotel. O dia seguiu me surpreendendo com ruas com transito intenso e motoristas que dirigem como se regras e sinalizações não existissem, e pra dizer a verdade não existem. Bairros de casas muito grandes e muitas bonitas. Pouquíssimos edifícios de moradias prontos, mas vários novos sendo construídos. Muita coisa antiga, mas muita coisa nova e moderna também. Bairros comerciais com belas boutiques, cafés, lojas de decorações, barzinhos, restaurantes, etc. Mas tudo isso em ruas mal tratadas, em sua maioria de pedras, no entanto muitíssimo arborizadas.  No  final do dia, a impressão que eu tinha é que estava em uma cidade em plena subida para o ápice do desenvolvimento e modernização, mas que assim como muitas outras sofreria e pagaria num futuro breve pela falta de investimento em infraestrutura. Uma cidade de padrão médio e alto, de pessoas que levam uma vida profissional e social agitadas...

...mas espera aí, cadê toda aquela gente dos semáforos, cadê os prédios velhos e históricos? Nos dias que se seguiram entendi que existe um lado antigo de Assunção, que fica bem próximo ao rio, e onde se encontra uma das "favelas" da cidade e um lado mais novo, de bairros residenciais e comerciais. . Descobri também que a maior parte da população que é de baixa renda, vive nas cidades periféricas de Assunção e não na cidade de Assunção.

No geral, fiquei com uma boa impressão da capital do Paraguai e fui embora muito mais tranquila e animada para dar continuidade à minha mudança.

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