Este espaço foi criado para relatar um pouco da minha vivência em Assunção no Paraguai, auxiliar outras famílias brasileiras que por ventura venham a se mudar para cá e sobretudo, para trocar experiência com outros expatriados.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

E por que não?!

O que descobri sobre Assunção após uma rápida pesquisa na web:

  • Não é nada do que eu imaginava.
  • Existe pouca informação on line sobre a vida em Assunção.
  • A cidade pode ser comparada em tamanho e qualidade de vida com a cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista.
  • Assunção está situada nas margens do rio Paraguai, na fronteira com a Argentina, no extremo oeste do país, completamente oposta à Ciudad del Este, que está na fronteira leste, divisa com o Brasil. (Acreditem, eu não sabia nem mesmo sua posição geográfica)
  • A agricultura e pecuária para exportação é o motor da economia do país, e grande parte dos agropecuaristas que aqui investem são brasileiros.
  • Além do idioma castelhano, os paraguaios falam também a língua guarani. 
  • Há muitos colégios particulares em Assunção, quase todos bilíngues (inglês/espanhol + guarani)  ou trilíngues (inglês/espanhol + guarani/ outro idioma). E as escolas publicas são consideradas bilíngues (espanhol/ guarani).
  • Os paraguaios adoram "terere", um tipo de chimarrão só que gelado.
  • Os paraguaios também tem em sua culinária um pão feito com polviho, como o nosso pão de queijo, que se chama "chipa" e que leva erva-doce na massa.
  • A maioria dos paraguaios são católicos praticantes.
  • A moeda é o Guarani, mas o dólar americano também é muito usado. Um mil guaranis no momento equivale a aproximadamente 50 centavos de reais.

Alguns Links Uteis:

https://www.youtube.com/watch?v=JuvRoiXTEmQ

https://www.youtube.com/watch?v=JuvRoiXTEmQ

http://mamiemais.com/2014/04/30/coluna-da-cari-vivendo-em-assuncion-paraguai/

http://www.exteriores.gob.es/Embajadas/ASUNCION/es/VivirEn/Paginas/EducacionSanidad.aspx





terça-feira, 26 de maio de 2015

Preconceito...

Assunção, Paraguai
Meu pai era comerciante e viajou muitas vezes até Ciudad del Est, no Paraguai, em busca de mercadorias. Certa vez, minha irmã e eu fomos com ele. Na época eu deveria ter 11 - 12 anos. A lembrança que tenho é de um lugar feio, muito sujo e mal cheiroso, cheio de gente apressada, de lojas entulhadas de perfumes, eletrônicos e badulaques. Até pouco tempo atrás, esta era a imagem que eu tinha "do Paraguai". Um lugar para "sacoleiros", para comprar importados baratos, quase sempre falsificado. Um lugar com pouca segurança e muita corrupção. Um pré-conceito carregado de preconceito.

Meu marido e eu iniciamos nossas vidas profissionais e conjugal em São Paulo. Ele, um executivo que nunca gostou da vida na capital, mas profissionalmente se via preso a ela. Eu, profissional da área da saúde, que gostava e convivia muito bem com as mazelas da cidade grande, até que vieram os filhos. São Paulo definitivamente é um péssimo local para se criar uma criança. A insegurança, a poluição, os congestionamentos, a falta de tempo e o estresse não só do dia a dia, mas principalmente os que surgiam em nossos momentos de lazer, como a dificuldade de achar vagas para estacionar o carro para levar as crianças aos parques, shoppings ou teatros, pouco a pouco foram se refletindo em nosso bem estar físico e emocional. Já considerávamos nos mudar para os arredores de São Paulo, o que resolveria apenas parcialmente nossos problemas, quando surgiu uma oportunidade de trabalho para meu marido em Assunção, Paraguai.

Quando ele chegou em casa dizendo que havia surgido uma oportunidade para trabalhar fora do país meu coração se alegrou, mas então ele completou a frase dizendo que a vaga era em Assunção, no Paraguai. Em segundos, uma avalanche de decepção passou por cima de mim, arrastando todos os meu sonhos e deixando exposto nada além de meus preconceituosos pré-conceitos.

"Assunção?!!! Não...não..."

Rechacei a ideia, sem dar se quer espaço para que meu marido apresentasse sua opinião sobre o assunto.

Eu não me considero uma aventureira, longe disso, mas felizmente já tive oportunidade de conhecer e viver em outros países, de estar em contato com novas culturas e me surpreender com este nosso vasto mundo. E talvez esse tenha sido o motivo pelo qual eu tenha perdido o sono naquela madrugada. A minha curiosidade, o meu interesse em conhecer o mundo foi muito maior que o meu preconceito e eu me vi sentada em frente ao meu laptop pesquisando sobre essa tal Assunção.